quarta-feira, agosto 16, 2006

Icebergs

Eu estou há tanto tempo por aí, vagando com meu coração gelado, com os meus icebergs de estimação já tão instalados dentro de mim, imponentes, colossais, achando que jamais haveria de me livrar deles. Mas eis que chega uma massa de ar quente que começa a se infiltrar, um vapor que começa a me fazer suar, a disparar meu coração sem ordem nem pedido, e os meus icebergs vão pouco a pouco começando a gotejar. E aí alguns pedaços começam a se desprender e levar pedaços de mim junto, navegando ao léu. Lentamente, porque nossa, faz muito, muito tempo desde a última vez. E aos poucos um calor vai tomando conta, o sol começa a despontar novamente onde só havia noite e gelo e escuridão. Ainda vai demorar um pouco. É um processo demorado, especialmente pra mim, tão cheia de armaduras. Mas sim, minhas geleiras estão sendo minadas, e eu só posso dizer que estou muito feliz com isso, muito feliz, descobrindo de novo como fazer essas analogias cafonas de amor.