quarta-feira, outubro 31, 2007

Você

Me tens nas mãos
suspira meu coração
agora não dá pra fugir
não dá pra mentir
só quero te sentir

Brancos tantos francos
estávamos em prantos
escondiámos encantos
que até ontem não sabiámos

Me sinto saindo do coma
agora falo teu idoma
deixei pra traz meu mundo intrigante
e voltei a ser a eterna amante.

domingo, outubro 28, 2007

TPM

Irritada. Estressada. Complicada. Agoniada.
Enojada. Entediada. Bagunçada. Dissipada.
Cansada. Antecipada. Anestesiada. Arrasada. Espada.
Irritante. Inconstante. Conflitante. Agoniante.
Entediante. Implicante. Desconsertante. Sufocante. Pulsante.
Doente. Carente. Exigente. Dependente. Serpente. Indigente.
Perigosa. Meticulosa. Asquerosa. Piedosa. Adiposa.

Ás vezes: assassina, sovina, anfetamina, domina, fascina.
Alisa. Precisa. Analisa. Avisa. Escravisa. Amenisa

Nada: tarada, assanhada, arrumada, beijada, amada.
Viciada. Centrada. Calada. Infiltrada. Apaixonada.

Alguém: quieto, direto, correto, perfeito, eleito.
menos suspeito, sem defeito,
no meu leito
me cubra de chocolate.

domingo, outubro 21, 2007

Penso, logo deixo de viver

A mãe mandou eu deitar, e assistir a Caiu Fernando Abreu na TV e que eu parasse de pensar. Como é isso não pensar? Eu penso o tempo todo. Penso no que penso, no que os outros pensam, no que os escritores pensam, no que os amigos pensam. Penso também nos que não pensam. Penso nas pessoas despreocupadas que não pensam, e me encontro nesse meio, pois eu finjo á todos que não penso também. Sim sofro por antecipação, eu e milhares de outros iguais a mim, e a minha cabeça cheia de por quês? Por que ele não me quer? Por que eu engordei? Por que meus amigos sumiram? E os amigos dos meus amigos também? Por que me criticam tanto? Por que se metem na minha vida? Por que o outro sempre tem razão? Por que me calo, quando quero gritar? Por que não me avancei nele? Por que aquela criança está descalça? Chega de por quês!!! Enquanto isso tento entender Caio Fernando Abreu, ai que confusão louca. Sou doida de atar, sou psicótica, paciente psiquiatrica tratável (malhável, e como o bendito remédio tarda a fazer efeito quando mais se precisa dele. Prometo amanhã agir, não pensar, serei mais louca ainda...hahaha. Quero gargalhar. Ouvi um depoimento do Caio F Abreu, ele disse que um livro dele, levou 13 anos para sair, fiquei contente com isso, e tenho certeza que foi no dia que ele parou de pensar e esqueceu dos por quês.

Liberte-se

Amei os 3 "L"
Lazer, Liberdade, Loucura...
Preciso de mais de 3
Legal, Linda, Loira.

Vamos melhorar nossa vida
e realizar nossos sonhos
cuidar de nós e de quem precisar      
não sei de amor, nem de amar
restou a mim, me dedicar a quem me rodear

to feliz da vida
to de vento em polpa
to trepando nas árvores
e caminhando descalço na grama

vc sempre sabe mais
e continuarás sabendo
mas não sobre mim
nem sobre a minha pessoa
sou uma metamorfose serelepe
vez que outra estepe

ah coisas que sempre acontecem
mas vão mudar
preciso respirar fundo e amar, quem me ama
e se isso não existir, me amar eternamente.

Silêncio

Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Agora preciso dormir, amanhã conversamos.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Mais um que se foi

Escureceu o céu de anil. Perdi meu ego na tempestade de ontem a noite. Desistiram de mim, do meu riso fácil das minhas sábias palavras, desistiram de me levar, de me ter, de me amar. Me perdi no labirinto das seratoninas, dos anti-depressivos e até dos antiepiléticos. A louca aqui está sozinha. Todos estão dormindo, sonhando com meu sorriso, em um ataque irônico, sarcástico, projetado por aqueles palhaços e seus cabelos sujos e seus cobertores imundos com seus pitacos de cigarros, novinhos recém largados ao chão. Ele me esqueceu. Na verdade escolheu deixar de lembrar. Fui uma escolha justa, igual á tantas outras, BURRA! Preciso contar o que todos já sabem, já viram! Que vazio , que moleza, que falta de pressão. Estou me perguntando se abro a janela, ou se deixo o mundo escapar?! Talvez seja melhor rezar, dormir ajoelhada, como fizeram os pagões. Por que me quereis aqui? O que quereis de mim ainda? Há de haver um belo repousar, uma chave que abre esse lugar, que me tire do castelo pra que eu possa respirar. Por enquanto reverêncio as noites de sábado onde passo á bailar. Obrigada por não roubar isso de mim. Boemia, ninharia, esperança minha: aqui me tens de regresso! E as lágrimas, por gentileza que se acomodem na chapelaria.

domingo, outubro 07, 2007

Revolta

Parei de jogar para escrever, está pulsando aqui dentro, não tem como ficar indiferente, se bem que ultimamente é o que tenho feito com mais freqüencia.
Por mais fudido que se esteja sempre há uma saída, porque você está fudido e não morto. Quem sabe se eu conseguisse chorar, mas vai entupir o nariz e já cansei o coitado toda a semana, deixa quieto. Beber!!!? Estou tão deprê que beber sozinha nem cagando! Fumar!? E a bosta da asma faz chiar o meu peito desde sábado, hoje, que acordei melhor (até dei banho no cachorro) sinto falta de ar só de pensar no cheiro do cigarro. Maconha!? Tem o lance da fumaça, e eu não sei tragar, nem onde encontrar, e vai me deixar "na paz", e se tem uma coisa que me irrita neste momento é a tal da "paz". Medicamentos!? O de sempre, sempre o mesmo e ficar grog e dormir? Nem fudendo!!!!
Quero anarquisar, guerrilhar, sabotar, irritar, incomodar, gritar, me espalhar...Estou com muito tempo pra nada, qualquer coisa que você pensar, eu, tenho tempo de sobra. Seria o ócio o que me martiriza? Pode ser, com certeza, é o ócio!! Ócio marginal, mesquinho, cruel, que fere a pobre alma inerte, que tenta desesperadamente se apegar em algo ou alguém, um fato, uma notícia, uma sorte a ser lançada. Puta que o pariu, uma luz!!!!! Quero trabalho, saúde, o escambal! Quero uma chance de ter chance, já que as oportunidades não chegam através do ócio, já que estou a ponto de cortar os pulsos, de me mutilar, violentar, estragar com tudo mesmo, comigo inteira tipo serviço completo mesmo. Enquanto isso eu vou navegando pelo mar, sem ter um porto quase morto, sem um cais e eu nunca vou te esquecer, mas a solidão deixa o coração nesse leva e trás.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Não posso negar a dor é tamanha, mas não se preocupe não é infelicidade, é apenas dor; como quando a gente cai da bicicleta ou bate com o cotovelo. Aí é Natal, estou carente, estou estranha, bem passional, quase sem sentimento. Só sei que dói. Mas vamos combinar, que a minha dor não é nada perto de outras tantas que existem por aí. Como a dor do ano passado de passar o Natal com o pai no Hospital de Clínicas, ou como ver meu filho vestido de anjo, e não poder dar pra ele uma família. Eu perdi meu pai, e deixei meu filho longe do dele. Tem dores que parecem que nunca vão passar, mas passam, amenizam, ou sei lá nos acostumamos com elas. Seguimos, eu sigo parei de me questionar, pois era muito idiota da minha parte, então estou menos idiota, já é um bom sinal. Quero um chá de camomila, dormir na rede, ter um bicho de estimação. Quero cores claras, tons pastéis, e um sol brilhante, o dia inteiro, todo o dia.
O bom de saber escrever é que dividimos o que estamos sentindo com pessoas como a gente, que acorda todos os dias com a cara amassada, escova os dentes, toma dois goles de café e vai a luta. O dia nos traz agonias, e alegrias, mas as dores, essas violentas, ficam lá trancadinhas como num baú, onde ninguém tem o mapa, como se fosse um tesouro, que desenterramos algumas vezes para escoar nossa angústia, nossa fenda, nossa alma machucada.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Maldito cancer

A vida tá foda pra caralho. Estou a espreita quieta, bem paradinha para enxergar a "tal luz no fim do túnel", suponho eu que o meu túnel é bemmm longo, deve ser o por isso de tanta demora. Tenho mais amigos que no início do ano e isso é maravilhoso. Mas, não consigo diagnosticar pra eles o que estou sentindo. Maldito câncer que me tira as forças e as pessoas que amo. Vi meu pai ir embora dia a dia, sem nada poder fazer... E agora minha avó que já quase não fala, e era ela que me dava conselhos e dizia tantas frases senis. Minha vó , minha segunda mãe. Ela até uma vez me deixou cair do andador, mas quantas vezes me ajudou escapar dos remédios, dos medos, da solidão, da tristeza e me tirou da lama. Bosta, o que posso fazer, ela segura na minha mão, e não fala, nada diz, nada. - Vó preciso de ti, vó acorda!!!!!!!!!!!!!!!!! Hoje vou comprar um xis pra gente, e depois tomar uma ceva, diz que quer vó,por favor, dizzzzzzzzzzzzzzzz!
Não consigo falar com ninguém, espero que meus amigos me entendam. Só espero a hora em que o Renato possa aparecer, por enquanto é alguem que eu gostaria de ficar horas conversando... A morte no nosso caminho novamente, teremos que ser fortalezas, não podemos nos separar, mas me sinto dissipando. Me indigna essa doença cruel. E hj mais um jovem colega da minha afilhada faleceu de leucemia...FODAM-SE os psiquiatras eu preciso chorar...

até!